Um formigamento por debaixo da unha.
Lembro da altura do teu olhar,
da tua postura ao me encarar...
Lá do alto saltavam executivos
pelos mesmos motivos
assassinos continuam a matar.
A lembrança se esvai
enquanto o suor escorre e cai
no chão duro que massageia meus joelhos.
É de novo meu algoz
olhar duro, sentimento atroz
Descuidado, barrigudo
não sou mais tão veloz
Tremedeira segue a dormencia
o corpo sente medo, paga penitência
de ter recuado quando ainda
era cedo demais...
Não há mais tempo
as freiras seguem pro convento
folhas voam ao sabor do vento
e o cano gelado na minha testa
corta a minha voz
Sua face é escura contra o Sol que a emoldura
engatilha o cão, meu momento de apreensão
o gatilho dispara o ponto final de mais um
sinto a bala entrar
e antes de atingir meu bulbo
sinto o cheiro do mar
e penso
naquela noite fria de confusão no bar
era lá que eu devia estar...
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