segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Logo ali eu caio

Um, dois, três
balanço torto
resisto sorrindo
finjo alegria
quatro, cinco, seis
levanto combalido
triste constatação
covarde destino
sete, oito, nove
falta pouco
peito estufa
cooração coagula
dez
isto
eu
findo

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Sophro

No vento
soprou mais uma vez
assobio lento e finito
chora mais bonito
findo horizonte
doce e agora
O que fazer ontém
durante a manhã inteira?
Passeio torto
num mundo morto
só mais um pouco
duvido você ser feliz!
prefiro o sopro de hoje...

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Lânguida, Morfética e Azarada

Escândalo no horário nobre
se move sem parar
Tagarelando escrotices
até seu ouvido conquistar
Morbido pestanejar
te prende a cintura
não te deixa gritar
Morte ao tédio
frio mundo a naufragar
sobre tudo um indício
do moribundo futuro
onde vejo tudo escuro
andar, parar e acabar

sábado, 6 de agosto de 2011

Liquefaz nos Dedos

Das taças líquidas da tua solidez
brotam frias serpentes de ternura.
Rapto eu de mim
me atiro de corpo e sangue
Mergulho em tua aurora
sem temer o sim.