quarta-feira, 28 de maio de 2014

Manso e Miragem

Desvios imprevistos sedentos por cortar
caminhos tortos
improvisar é urgente, ainda há portos a alcançar
ventos mortos
se não houvessem remos, seriam os sonhos a tocar
esse barco surrado
nessas horas que restam apenas braços
as utopias já são traços
do avanço sem trégua da desilusão
o peito puxa por corda um caminhão
e o verão já não se anuncia mais em sorrisos vespertinos
a cada manhã o feitiço do tempo
reprises de um futuro vivido anos atras
suspiros dissolvidos ao vento de correntes quentes

Seria notório salientar o que momentos insanos podem suscitar
uma larga experiência com submersão subversiva prova
ser a tristeza latente a quem não sabe esquiar
seja lá como ou onde for
por isso, caro onívoro, deixe de se queixar
ventos, atalhos, barcos e caminhos
vão sempre te fazer carinho
quando a luz do seu sonho titubear
acerte essa conta com seu espelho!