segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Postulado Imberbe


Exercício sanfonado de relacionamentos
Desencontros intermediados pela ausência
(presença etérea de carinho)
Descaminhos que se cruzam no infinito,
revelam a (falta de) perícia com o tratar do tempo
Devidamente ignoradas as variáveis de contatos virtuais
ora aqui, ora acolá
Noves fora, nada fica
mas tudo o é
Como se amar (,)sempre(,) fosse o suficiente...
Dormência no sentir adverte:
A Preguiça pode ser a mais vil inimiga das relações!

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Misteriosa Disciplina

Ela tem cara de quem escreve
e eu sei
Suas mão são mãos de quem escreve
Ela sempre carrega um livro de arte e chega cedo
Suas perguntas e tatuagens, seus óculos
e o jeito como tateia o ar,
como se escolhesse nele as palavras certas...
Ela é linda!
Mas...
o que será que ela escreve?
A julgar por suas expressões comedidas,
modestos gestos faciais,
vislumbro doces versos de um poema.
E de repente ela sorri
um sorriso largo que por instantes interrompe
a lenta lógica muscular de seu rosto
revelando algo mais que me faz dobrar de curiosidade
Eu sofro de longe desejando suas linhas.
Meus olhos ardem dedilhando seu perfil de traços sutis,
procurando por pistas, dicas, maneirismos
sem sucesso.
Ela é linda mas não basta!
Quero descobrir a beleza que as unhas curtas das magras mãos não me revelam.
Piro nas curvas do seu lápis tocando o papel,
criando mundos, chorando em pingos de "i"'s, falando bobagens importantes
Imagino seu rosto, consternado com a luta entre seus dedos, caneta, folha em branco e subjetividades.
Eis aqui o mistério descrito em linhas absurdas.
Ela é linda...(?!)
...serão as suas linhas?(!)

domingo, 9 de setembro de 2012

Sai logo daí!!!

Vem ser o vento
sopre forte perto de mim
Vem ser aperto
no meu peito angustiado
Vem ser conselho
nas minhas noites de medo
Vem ser passarinho
pra me acordar no dia seguinte
Vem ser pra sempre
o calor que me falta
Vem ser pequena
pra bincar de amor comigo.
Venha e redefina o verbo.
Vem...

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Faltou Livreiro

Atrasa o ponteiro por inteiro, dê um tiro certeiro no moço festeiro que está dentro do viveiro ajoelhado em grão de centeio. Noção não tem paradeiro (talvez no quarto do padeiro?!), deixa de ser arteiro e repara como ficou feio esse poema matreiro e diz logo sem rodeio a que veio!

Podologia do Inacreditável


Vejo apenas cabeças amórficas, nubladas, sem cor...
Me alimento do vazio entre a distância do eu e da falta de saliência.
Deságuo na poça que chamo meu mar, baixo festejo!
Minuto a minuto diminuo o ar que entra pra ter menos fôlego.
Sai um grito de mim, por fora estrelas piscam a meu favor.
Resta um pouco de pavor aqui dentro...
Contemple! Eis a glória do pouco dizer!

Go Capita!


Chega de desperdícios, Capitão
A hora é chegada
Partamos!
O mundo nos espeta,
ferroadas nos fundilhos
Quem manda recado
por debaixo de cifrados
saberá quando chegarmos
Oh, Capitão, meu Capitão
quando moço era mais vivo
teus dedos acostumados
salvando meu tédio com dois tiros
Estibordo não nos serve mais!
Vamos em busca da linha curva do horizonte
do exército de verdes almas
A inércia é uma bela donzela
não é flor que se cheire
nem paixão preze
Partimos!