quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Derivativos Instantâneos de Alegre Pessimismo

Tão virulento como pão que assa ao Sol
Mordo as lentes dos olhos que me cegam
Manchas de sangue pelo assoalho
brotos ígneos fervem
nas esquinas acho atalhos
Suor seco na pele
no pelo o perigo de morte
Cada bastão de cigarro aceso
brilha um dia a menos
nos pequenos suspiros de vida
Lá fora a rua
a Lua
avua
Solstícios e Equinócios
Éguas e ócios
Ossos do orifício
Machina lenta
Músculo feroz
Subo o rio
acho a foz
Fogo no livro
Vida em nós
Jardineiro arando terra seca, infrutífera que semeia esperança
Não quero saber o que há na França
Porteiro ameniza solidão alheia
fofocando até meia noite e meia
No espelho uma mancha negra
de quem foi sem ter ido, saudou sem elegância e
de tanto ter pressa
voou deixando pra traz a aliança
Move teu mundo, Cartola
deixa o moinho pra lá
Se tuas rosas falassem
te deixariam à boca sem ter o que cantar!

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Ho palavras Veroses

Trapos formam frases distintas, monolitos urbanos de cargas energéticas putrefadas. Guerra de mais não matam o suficiente. Suplicas bobas por facadas vertiginosas. Vida que escorre pelo canto da boca. Familiares surfam mágoas como Kelly inguiça.

Soberanos Pudores, Sonhai!

Vou tentar
improvisar um jeito novo
viver menos torto
praguejar menos
formatar linhas ensolaradas
de prazeres inenarráveis
impulsionando formigamentos muitos
louváveis estrondos de trombetas de cordas
milhares de inversões me dizem respeito
já viu florescer um sol de boas linhas?
morféticos justapostos engendram calafrios
de fora por dentro
um pulo e se foi
ganhei tudo em menos dúvidas que esperava!
às vezes dura menos tempo que imaginas
o descobrimento de películas
menos quentes que cobertores
mas tão doces e acolhedoras
que a mais desejada das vaginas!

No Alto, Caracois!

em busca de um amor
enchergo tudo preto
na esquina dos corações carentes
onde não passam inspirações
só ouço rumores
na tentativa de não ser nada
insistência braba
fico nú sem perspectiva de um depois
preta que me acaricia a pele
desliso por tua doçura
suave como mel
dos olhos saem faiscas
prevendo uma vã fantasia
daquelas que te dominam
por dentro do peito te fazem cosquinha
e tu acorda sem ninguém pra desejar bom dia
lágrimas felizes de gosto amargo como morango
colhido do pé descalço embaixo do edredon
estico o tempo como se elastico fosse
deixo de lado a pose
ele arrebenta
acabou-se o que era doce

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

De longe, o verde...

tento tento
o tento
tanto que nem imagina
flutuo no sorriso
da mais bela menina
pieguices a parte
ela tem classe
nem corrobora com o rubor da minha
face
atitude é pouco
cada frase dela soa como
estouro
de manada
adrenalina escava osso
me imagino mordendo seu torso
subo ao pescoço
mesmo que só pra mim tenha graça
formosura em forma de paredão
de escalada
solto piadas
tuas risadas
mais caras que o ouro
me tiram o sono
me ascende à brasa
um dia
no aconchego do teu colo
não mais me embolo
descasco tua casca
desmistifico
te tiro lá do alto
trago tu aki pro chão
foda-se o serão
de tão doce
(a)parece dia
de cosme e damião!

domingo, 2 de outubro de 2011

Bartolomeu, o Brado!

Tra lá lá lá lá
lá lontra
lá vai bo
bobice
cerotonina, minha irmãzinha
Monotonia não transa no meu caminho
Só, somente só
assim que a barca chegar
eu vou até lá
buscar o aaaaaaa
TCHIN!
Pára de trovar, só faz trombar
Incólume, serei capaz de passar???
Du vi De ohhhh
que dó!
Mas tenho nada não
parei de rimar com ão
nem pense em falar mão
ou até mesmo avião
já virou um sermão
chato
Ei! Acende um cigarro!
Só pra fazer feder
gosto de ver a cinza
sinal que o trago nunca há de ser
a muleta de que preciso
pra sobreviver
Tra lá lá lá lá
sigo eu cavando
China, já já tô aí!

Diatlético Coração Ventricular

Já veio e já foi
mal deu pra sentir
a morte sussurou
meu taco esbofeteou
pulsão cessou
frustração passou
já dá pra ver o mar!
Ei, olha quem vem lá...
É ela!
Doce enamorada
vem me possuir
das cócegar vou rir
e pena vou sentir
daqui a poco vai acabar.
Chego eu
de vomitar.
Despedidas...

Lado A Disco II

Isso não é nada
pode tranquilo ficar
Se um dia eu voltar
você não vai surtar
Move teu olhar
traduz teu linguajar
e vai pra rua brincar.
Deixa o medo pra lá
hoje é dia de poetar!

Ruge Feroz

Ah monstro indomável
te venero
dou um trago
Flerta comigo essa noite?
E o dia que já vai
tarde
noite
manhã?
Noite!
Arrebenta meu peito!
Me faz teu mais uma vez
Te suplico num ultimo apelo
Sai de mim
jorra pelo dedo.
Incomoda quem te ignora
me maltrata o pêlo.
Deixo de mim
fujo pra ti
tu me faz carinho
Chuta o fim
vem desde o começo!

Novelo

Artimanha uma, decova ou vião. UnMar, outro entrão. Juramencisma Oclarroma palacete. Tinha frustado lontras bestas. Faltamuinho, Jorra Torrada!
Destrui cão manso. Guilhotiro nasmoscada mata fomentando fruiçãomelãoazarão.
Caleidoscopia
Otorrinolarinconstitucionalívia
Mente sã, corpetão!
Umavezmedisseram
meninonãofogedacabeça
lamentania disconexões aviltantemente sofreguidão de bike!
Muitosmedebochamastudopassarinhosacantar
Semcompromisso com estética
Churumeque DALI salveidaDor
Furnicoletrinhassem...
SENTIDO!
Julgamento à vista!

Darmorada Namorvalho

Faria mil acrobacias
se pernas tivesse
seria milhões
se dentro soubesse
Choraria rios
se oceano coubesse
pra lá fosse correr
Sol que se põe
sem gente pra ver
Mundo que se acaba
sem motivo
Vou correr!
pra não chegar
Ofegar sem cansar
triste canto dosar
assim vai encantar
meu unzinho salvar
na fumaça soltar
o grilhão de tonelada
ainda há muito a lamentar

Arcabouço do Falso Profeta

Tovador de merda
Poesia de meia tijela
Certo pelo torto
Linhas e duvidoso
sentimento
Uma bosta!
Não era pra ser
seu olho
do furacão
cego não me vê
Nunca viu
nem sorriu
Vida de graça
Tanto por tão pouco
Sofro calado
gritanto
cantando
sendo mais um
Eu
que fico
que vou
sendo

Lícor Jadeu

Quem dera desse pra medir
o tamanho do vazio
Quem dera desse pra sentir
tamanha sutileza
Quem dera pudesse ouvir
o som do silêncio
Quem dera pudesse voar
pra daqui longe ficar
Quem dera ousasse amar
menos pranto pra chorar
Quem dera voltasse ao normal
diferente modo de pensar
Quem dera tudo acabasse
seria o primeiro a aplaudir
Quem dera deus existisse
gargalhadas do porvir
Quem dera fosse melhor
jamais sentiria isso aqui
Quem dera arrependimento matasse
uma vez, duas vezes, até parir
outro de mim fora do ovo
da manada o estouro
alegria do morto
e o coração ia explodir
não sobraria mais nada
ai sim
seria feliz!