domingo, 21 de julho de 2013

Ator Mentado

As pessoas são complicadas
flores na janela
A muito querer em todas elas
um Sol que volte a brilhar
Tem vezes que são tantas
folha caindo no outono
Que uma só basta
orvalho gelado no rosto
Tenho medo do que quero
harmonia no canto dos pássaros
Faço mais do mesmo por merecer
fruta doce do pé
Gente que me inunde e mude
sorriso de recém nascido
É preciso esquecer
horizonte em alto mar
Hoje ninguém tem tempo
anoitecer sem estrelas
Pessoas são coisas
chuva que alaga e mata
Há muito a perder
cerveja choca
Sucesso é o que interessa
banho quente no verão
Sorrisos cada vez mais caros
rio poluído e sem vida
Há mais amor de TV
há mais amor na TV

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Insólita Fricção

Tem gente que tira foto,
eu tiro uma soneca
Tem gente que põe filho no mundo,
eu boto pra foder
Tem gente que dirige embriagado,
eu escrevo
Tem moço que vende bala,
eu compro e agradeço
Tem por ai muito mal caráter,
eu conto: um, dois, três
Tem vezes que não pára,
e eu mereço na cara um tapa
Tem tanta coisa,
enquanto eu finjo não ter nada.

domingo, 14 de julho de 2013

Tabuleiro de Gamão

o sucesso de uma poesia
(ou linhas esquisitas)
está na sabedoria
(ou esquizofrenia)
da conjugação
(ou assunção)
de vários sims
(e nãos)

Beijo no Hiato

[Angústia]
essa bateu-me à porta a pouco
hiato prostrado ao seu lado
deixei que só ela entrasse
sussurrou no meu ouvido o de sempre
respira e tecla
acabo de enxugar-me
alma lavada

Até mais ver, folha em branco
beijo no hiato

[feita para dialogar com Guilherme Aglio]

Poeira na Beira da Cama

O que lhe faltava em força
lhe sobrava em covardia
sua atitude
sempre a mais tardia
Coberto por escarnio e dó
sem modo de voltar
seu coração era um nó
Doía-se de momentos passados
cavalos mortos e enterrados
não corriam pelos campos
estava cansado
Deveria seguir em pranto
enquanto os bons faziam dos belos
cantos, um escândalo a ser exaltado
Baixo, narigudo e calado
esse deveria ser o seu fardo
para o resto do calvário
a percorrer em cima
da mesma sola gasta do velho sapato.

Constrangedura Força de Pena

às vezes
essa
vontade de não
ser mais
sê Ás
em manga
vazia
pois doce
pós dócil
na virada
do mundo
criado mudo
só um vulto
sombra minha
são todos (d)eles
maço e trago
o frio de lá
o fogo
calor gelado
sei não
mais do que
preciso
conhecer, mas
limitado eu ser
eu mentir
eu dizer
pôde ter
de se entristecer
Às vezes custa
ser Ás
todo
0
tempo
eis minha
tripa de colóquio
silenciosa
sopraria
trompa de Falópio
para ecoar
bem querer
a quem bem
quisesse...

segunda-feira, 8 de julho de 2013

milEUma

Motivos lhe faltavam aos montes
Sem isso, estaria pronto para ir longe?
Do cume calmo do olho de Raúl
vislumbrou áurea aurora
No ouro dos tolos cuspiu sangue,
mostrou os dentes
e riu riso frouxo
Desgosto?
Capricho de quem deixa de...
Bem aventurado seja
todo ser que veja
além das vastas fileiras
de malditos e derrotados
marcados a ferro e trabalho escravo
impedidos de sublimar
o espirito alado
e explodir no instinto máximo
de vir, ver e viver!

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Conflito Indeinfinito

Essa tua história
de me ligar a toda hora
me cansou de vez
Esse papo chato
que entre nós tá tudo errado
expõe tua pequenez
Toda hora é momento
de o telefone ser meu tormento
"Deve ser ela outra vez".
Juntos somos uma parada
mas ao longo dessa estrada
você já não faz por merecer
[paro e penso: "e daí?!]
Agora pára de ser chata
arruma esse sorriso na cara
que eu tô louco pra te ver!