quinta-feira, 21 de março de 2013

Darrachadura Pouco

Trav[o]ei nos devanem ao menos, mudei!
Mundei-me, disse Eu, por umA caso.
Poemais de menos, à Vêrnus nóis duros lá
Sugado, pós mastigado novo, rebelde!
Palavras atam, palavras libertam
O tal gap...

segunda-feira, 11 de março de 2013

Desmente Baixo


andando em circulos
houve momento
o doce pode salgar seu sono
fingimentos
trapaça sua, morbidez eloquente
tanto por tempo indeterminado
faz coro o miolo com fermento
sobe mas nem sempre cresce
se fosse do avesso...
senta menos, corre mais
vive sem gravidade
o mundo vira suas pernas para o ar

a semelhança distante do acaso


Dado um fato consumado no mato
Fora de hora, uma torta de amora
Amei, pensei, ser rei
E o pato foi pago com trocado
Ora dora na aurora lá fora
Demorei a ver o que serei
Uma ova, gritei, contrariado
Favos contados em trova eu não considerei
Eis o fato desvendado e...ninguém deu bola

segunda-feira, 4 de março de 2013

Lob.a.to


É nessa hora que a loba veste a roupa e vai a caça.
Inocentes, as presas andam desavisadas. Correm risco grave.
Nos pontos de ônibus, na frente das vitrines das lojas.
Todos são vítimas do perfume inebriante que sobe do vão entre suas pernas.
Um cheiro doce de fazer arquear de quatro o mais celibato dos homens.
Que faz suar a nuca da beata mais fervorosa.
E ela quer sempre mais.
Dizem maravilhas sobre sua caçada. Nenhum morto de tesão, mas todos feridos de prazer.
Longas avenidas vermelhas pelas costas, por onde trafegam ardências deliciosas.
Botões roxos como glandes, espalhados pelo pescoço e pelos quadris, pernas e braços.
Ela não tem brasão, deixa marcas registradas.
E some...
Nunca foi vista e é sempre lembrada
a cada lambida de mamilo dada nos motéis da cidade, a cada cantada suculenta, cada olhar tarado...
Vem como um vento a uivar. Te faz arfar baixinho.
Esquenta tua pele, até que implore por uma lambida.
Treme as pernas e entumece o desejo, faz de você instrumento
se prepare, o show vai começar!

Fragimento


Se por um segundo passasse uma vida, como estancar a ferida?
Olhou para o futuro e bocejou conformado. Não há nada tão errado.
Fez do instante um caderno, cheio de pautas, margens e um texto pós moderno.
Salvaram-se todos, menos a maioria.
Era apenas o momento certo, nada mais viria.
Cego aos olhos vibrantes, alegres cantantes desfilam ao meio dia.
Suas palavras tão bonitas quanto o fim da esperança
essa dança em que o coração chora de vontade
mas ainda bate e balança.