terça-feira, 30 de outubro de 2012

Vaianne


De repente
Tudo ficou preto e branco
E vazio
Tudo saiu correndo
O amor, a alegria, a esperança
Como um quarto de casa abandonada
Sinto meu peito
Com chão coberto de poeira do passado
Além de uma presença que me pesa e paralisa
Ali, parada, a Tristeza
De braços estendidos esperando um abraço meu
Sem pestanejar dou o que ela deseja
e choro
Não faço força, não resisto
Só choro
Na esperança de mandar cada tijolo,
desse muro que agora me cerca por dentro,
embora em cada lagrima derramada...

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Zen Zu All


Uma curtinha
Uma curtida
Uma rapidinha
Uma gozadinha
Coelhada
Caralhada

Devagarinho...

Movendo moinhos estão as águas
cheias de dejetos e esperança
não é à toa que garça se lança
e volta com bico grudado de lama
Coragem é o ato de administrar
seu medo de baratas
Junte-se a elas, mude-se para o Leblon!
Te faço visita íntima
vestido de besouro-suco
de casco duro
e pinto grosso!

tRANSPiração


Camisa grudada no peito
de tanto suor
O clima é tão quente
que seca o gogó
Desce uma gelada
enquanto a madrugada não vem
Alento só na hora da Lua
quando povo vai pra rua
e eu encontro com meu bem

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Curiosidade Amputada

Na real, eu só queria que me restassem as teclas...
Todas elas!
Em cada língua já impressa pela humanidade
Aí vocês iam ver...
Arrepiaria ainda mais os bigodes do Dali
Teclaria absurdos e sandices
Profecias e ecologias
Versos impróprios para menores
Tratados de todas as ordens
Xingaria mil vezes
Pediria perdão todo dia de manhã
Escreveria cartas em 3 líguas diferentes
cheias de erros ortográficos
Aliás, reescreveria as regras ortográficas
Daria as regras de uma lígua pra outra
justificaria à direita o ocidente
à esquerda o oriente...
E quando terminasse de teclar
todas as obras literárias da história humana
para cada código linguístico jamais pensado por nós
Fundaria uma nova nação
Sem cedilha e ão
mas com muitas palavras
e pouca comunicação!

Seríamos nós o delírio
de um poeta ranzinza
velho de dó
de tez severa
triste por sempre sentar
em cima do seu fiofó?

Cabeçada em Faca de Ponta


Vou te contar
Da vontade que dá
De te dar uma música
minha, pra você cantar

Mas sou poeta de bolso
Quero muito, mas escrevo pouco
e só consigo versar

Fazer uma canção
sempre foi um desafio
Achei que seria mais fácil
me inspirar pelo teu brilho
Mas o problema é a caneta
e minha mão que não chegam a uma conclusão.

Perto do fim, esboço o suspiro do vencido
me arrasto por mais uma linha
triste por não conseguir o tento
de ter meus versos nos lábios dessa menina
Letra de música, vou tentar em Saquarema
por hora só consegui esse poema.

Irlanda Malcriada

A intenção é/era escrever algo sem nenhuam inspiração, pra ver se dá pirão.
Algo notável, que eu me lembre mais tarde
"Porra, lembra dequela poesia/poema/texto/porcaria que escrevi aquela madrugada?!"
Será que tem sentido ou é civil?
Sempre imperativo no começo das frases
ou com muitas preposições
coligação de artigos pela preposição do povo
Eduquemos a gramática com mais linguística!!!
Liberta as letras do teu peito!
Solta palavras como pombos da paz
para o alto e além
das tuas vistas, mais sujas que as dos que te amam
Morde a rigidez dos critérios
amáveis sejam todas as carícias
pro inferno com os verbos
me inundo de sujeitos oblíquos
como esses pretenciosos fonemas

Doidêra

Poetiso ela por inteira
forço uma barra, de certa maneira
não sei de onde veio e nem como cheira
sei que se fosse arqueira
teria flecha certeira
porque memo não sêno armeira
muito menos a paixão primeira
me deixou de bobeira
acordado a noite inteira
escrevendo um monte de asneira
tentando entender toda essa besteira
de sentir o coração numa betoneira
por uma estranha tirando foto de jardineira!

Nublado, Ventando e Chovendo

É um véu negro cobrindo o futuro
um vulto cinza me separa
o torpor do sentimendo fabricado causa desespero
milhares de vezes dito, milhões de negações
reconhecimentos fora de hora só enchugam lágrimas
de frente para a porta dos fundos com a mão na maçaneta
deja vu do cotidiano covarde
lá fora reside o ralo pra onde escorre a vergonha
mudança dos domínios da mente e do corpo
para salvar dos vermes essa carne
ainda há vida, ainda há motivos
ainda há a maçaneta e a porta dos fundos





Anexo

Fruto da frustração de ser só,
lágrima e poesia terapeutica

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Fading Out...


Me afastando
vou do opaco ao transparente
Translúcido até quase...
até quase sumir.
Viver no diminutivo
é preciso
Desapareço sem sair de cena
despenco sem cair
sou suco do sumo
de pouco existir.
Nada de fundo do poço
retiro curto dos derrotados
apenas me escondendo com o rabo de fora
pra manter os sonhos acordados.
Chega de tombos e machucados
sempre pareceu que nunca estive aqui
vou apenas tornar mais verdade
o que eu nunca deixei de sentir.
Saio da vida para entrar pra minha história!

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Menas Vezes


Triste
as usual
como na época discada, chego a 98% de felicidade
e a conexão cai
Triste outra vez!
Vou mudar de tática
baixar a felicidade em torrent
tentar pegá-la separadamente
aos poucos
e de muitas fontes diferentes
explorando a rede, as múltiplas conexões
e se a conexão cair
eu me contento com o pouco de felicidade armazenado
talvez não fique tão triste como antes...

sábado, 6 de outubro de 2012

Com Asas!


Atenção!
Ouçam todos
A derrocada dos três rios
Oriundos de fragmentos pueris de franca mobilização
Açude movediço
Montagem indeterminada determina mutilações
Terrivel movimento anterior a sorte de escolher o que é certo
perante a incerteza do breu entre caminhos corretos
e libidinosos
Já experimentou o vazio, o nada?
As entrevistas intermediada nos interstícios?
Não me venha dizer que acha isso bobeira!
Verborragias insensatas poder deixar pasmo o detalhe
Colheres mordem tijolos de gosto anil
Nem quero me fazer de sonso pra criação imberbe
Mas já me faço de desentendido por segundo
ao ignorar amigo saliente
pra continuar a maltratar o teclado e
você
com esse monte de nojo letrado
precioso e pretensioso
sou eu sendo nada menos que nada de mim
verborragia insensata e desnecessária
foda-se