domingo, 25 de março de 2012

Numeral Alegórico de Silêncio Prolongado

Ser eu não sei, eis a questão
Num posto simples de imconpetência,
um guarda noturno esperando o sinal
que não vem...
Desastrado causador de impropérios
desventuras e angústias
sempre insolúveis
Durmo o sono dos justos
que pisam a cada dia essa terra
de baixo pra cima
e além dela
Solidão em meio a multidão
Individualidade enrijecida
Um devorador de egos, carnavalesco da tristeza
Máquina voraz que produz
infinitas gotas de lágrimas por segundo
que ajudam a semear sorrisos ao longo da via
Vida, doce, Vida
me diz, minha linda
onde é o final da tua linha
pra dela fazer rabiola
colorir meu céu
mesmo que só até a aurora
dos fim dos tempos
meus, seus
mas até lá
simbora...
- Crash -
Aproveitando incejoso movimento
alego inocência antes de abrir falência
Que tudo fique bem claro
não sou afeito a lições baratas
porém, antes que tarde fique e escureça lá fora
há que se convir
na atual conjuntura dos fatos
excluindo-se os patos tranquilos em suas lagoas
eu sou apenas um
magro, novo, elástico
navegante primeiro dos mares de meu corpo
primeira locação
com vista para o mar de cores e realidades congruentes
já semi novo, admito
bem menos inocente, cheio de marca de tombos
sem atrativos aparentes, pouca beleza e muito móveis velhos
em meu interior
espaçoso e frio como o entardecer do Outono
Um péssimo negócio, o melhor que se pode encontrar
em dias tão nebolosos
em que a Luz tarda a brilhar.

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