segunda-feira, 4 de março de 2013

Lob.a.to


É nessa hora que a loba veste a roupa e vai a caça.
Inocentes, as presas andam desavisadas. Correm risco grave.
Nos pontos de ônibus, na frente das vitrines das lojas.
Todos são vítimas do perfume inebriante que sobe do vão entre suas pernas.
Um cheiro doce de fazer arquear de quatro o mais celibato dos homens.
Que faz suar a nuca da beata mais fervorosa.
E ela quer sempre mais.
Dizem maravilhas sobre sua caçada. Nenhum morto de tesão, mas todos feridos de prazer.
Longas avenidas vermelhas pelas costas, por onde trafegam ardências deliciosas.
Botões roxos como glandes, espalhados pelo pescoço e pelos quadris, pernas e braços.
Ela não tem brasão, deixa marcas registradas.
E some...
Nunca foi vista e é sempre lembrada
a cada lambida de mamilo dada nos motéis da cidade, a cada cantada suculenta, cada olhar tarado...
Vem como um vento a uivar. Te faz arfar baixinho.
Esquenta tua pele, até que implore por uma lambida.
Treme as pernas e entumece o desejo, faz de você instrumento
se prepare, o show vai começar!

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