domingo, 11 de dezembro de 2011

Da Ave o Mito

Já foi tempo certeiro de idas e fugidas
Tropeços contundentes regados a feridas ardidas
Fatalmente fui manco nas vontades e santo nos desejos
Gorgeador fanático, sempre pulei as grades do berço
Nada nelas nublou naturais nuances
menos racionais, mais salames
Os embates foram muitos nos campos de sabão onde bolhas eram certezas de novas angústias
Hoje sempre fico só na varanda dos meus pensamentos
soprando a fumaça do cigarro enrolado em papel de cetim
recheado de movimentos que em mim fazem morada breve
nem morte ou vida se atrevem a macular tanto amor
Motivos não me faltam pra falar de ti, óh rouxinol metálico
saiu dos longos fios do cabelo o aroma de uma nova esperança
a possibilidade de enfim viver a abonaça a tanto desejada
A calmaria doce de raios fortes e chuva apertada
Desnudo estou outra feita na frente de todos!
Fato verídico na vida de sonhador
é pensar pouco e sentir mais amor
Proclamo você, rouxinol, o agitador das águas de mim!
Será que voarei ao teu lado
ou a satisfação virá somente de ouvir teu canto
sem muito encanto ao falar de mim?

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