terça-feira, 15 de outubro de 2013

Bailarinos de Fogo e Rua

Se encontraram
esses corpos
de longe se olharam
e dançaram juntos
no ar
o dela rodava
o dele pirava
eriçado, ficou sem saber
o que fazer(?)
já sabia
bastava re-conhecer
Faceira menina
pensa que manobra
seu corpo labareda
O dele
bicho criado solto
sacou de primeira
estava ali na sua frente
a sua porta bandeira
Venceram exu em encruzilhada
que teimou em atrapalhar
um encontro milenar
de voltar a acontecer
O primeiro toque
fez amanhecer
a certeza
uma unidade jamais experimentada
um reflexo tão forte
da essência de um corpo
no outro espelhada
Em tempos de prisões
opressões programadas
esses livres corpos
ousaram se amalgamar
e reafirmar a liberdade
que também com o corpo
se deve partilhar
Divina comédia da vida regrada
quem vive pelo chão da rua
pelo brilho da lua
e se encanta pelo desconhecido da estrada
ontem sentiu de longe uma festança
dada pelo encontro implacável
de duas almas ciganas
e dois corpos movidos a dança
que da vida não esperam
além de tudo
mais nada.

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