domingo, 20 de novembro de 2011

Ícaro vs. Posseidon

Gandes asas se afogam no aquário
Dá-me barro, te entrego tijolo
Do teu mundo muro
manchado todo
tu és um tolo
Dos murros afoitos aceito
todos
Guerra declarada
perdas
almas desamparadas buscam mordaças
ali acham socorro
Bombas e bulimia
sexo numa ponta
na outra nem farinha
Humo nos pratos de porcelana
Poeira sobra no canto da sala
estamos bem com e sem vocês
Whait! I want you
Promessas de zumbis valem comida
sobrevida
sobrevivida
Resta um!
Xamãs antigos sopram na calada
do teu ouvido
Fingir não basta, a carregar um enfermo
nas costas da tua alma
vasta, sem eira nem beira
Caminhando segue uivando
Embaixo dos pés
esteiras
estreitas
esméras
esperas
esparramas
esfolado
esfaquiado
espetáculo!
Celebra hoje o infinito do amanhã
nunca estará comigo
minha certeza é vã
Sufocamento seguido de óbito espiritual
sigamos todos esse mesmo ritual
não faz mal
um poema assim tão sacal
de uma ressaca moral
amarelada tal qual vasto milharal
dissecando momento tão belo
tão baixo astral
quanto qualquer instante banal
O
o
.
Quem diria ser um peixe
quem foi no mais profundo líquido
afogar
as asas tão belas
que voos mais altos
está impedida de alçar.

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